quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A RELIGIOSIDADE E A RELIGIÃO DE CADA UM


A busca da religiosidade conduz cada um de nós em diferentes direções, e vamos seguindo nossos caminhos da forma como a vida nos apresenta. Há quem comece a sua busca pela Umbanda, vai aos terreiros, às tendas de atendimento, conversa com os Pretos-Velhos, toma um passe magnético, sai “novo em folha”, aliviado, refeito. E volta na semana seguinte com os mesmos problemas. Novamente, conversa com os Pretos-Velhos, recebe orientações de reforma íntima, toma o passe e vai embora. E quando sai pela porta deixa para trás as suas cargas negativas e todos os conselhos oferecidos pelos Velhos. Não percebe que o trabalho é pessoal, é interior. Os guias não podem caminhar por nós e não podem nos carregar no colo pela vida afora. Temos que caminhar com nossas próprias pernas, com nosso livre-arbítrio. Mas, para alguns, isto ainda é quase impossível; e acabam encontrando outra religião com a qual iniciam novas expectativas e esperanças de solução. A vida não nos dá a solução para os nossos questionamentos, muito pelo contrário, ela se encarrega de criar novidades, obstáculos e novas oportunidades para o nosso próprio aprendizado. Então, em contato com a nova religião que se descortina, este irmão vai buscar aquilo que antes não conseguia, alguém que o diga exatamente o que fazer, quando fazer, como fazer. Enfim, vai ser conduzido pelas mãos igual a uma criança que é guiada por seus pais até que tenha condições para caminhar sozinha.

Nós somos assim, homens e mulheres, novos e idosos, brancos e negros, diferentes em todos os aspectos. Na necessidade e na afinidade religiosa também não poderia ser diferente. Alguns precisam apenas de conselhos, outros de orientação; alguns precisam de maior liberdade de escolha e de expressão, outros sentem necessidade de um pulso mais forte, de uma Fé mais impositiva e mais imponente. Por isso, todas as religiões são importantes, todas elas têm as suas funções na Criação Divina. Assim como nascemos, crescemos e amadurecemos, nossos espíritos evoluem do mesmo modo. E para cada espírito, em cada um dos seus graus evolutivos, há uma religião que possa conduzi-lo naquele momento. Há aquele que começou a sua busca pela Umbanda, passou pelo espiritismo de Kardec e hoje se encontra numa religião neopentecostal; há os que começaram a sua busca pela religião neopentecostal, passaram pela religião católica e hoje se encontram no Budismo (religião oriental); e há pessoas como eu, que comecei pela religião católica, absorvi tudo de bom que ela tinha a me oferecer, desenvolvi e fortaleci a minha Fé, mas precisei do espiritismo de Kardec para compreender na prática as manifestações do espírito que variam ao infinito. E hoje me encontro na Umbanda onde todos esses conhecimentos e experiências se convergem formando uma religião que tem como base a FÉ, o AMOR e a CARIDADE. Uma religião ligada à natureza, onde seu Deus se manifesta com todo o seu esplendor sem que possamos jamais duvidar da sua existência.

E durante os nossos rituais religiosos, quem tem olhos para o mundo espiritual pode ver entre nós médicos, negros, índios, padres, freiras, orientais, espíritos de diversas religiões, raças, cores e credos, por trás da roupagem fluídica dos arquétipos populares da Umbanda: Pretos-Velhos, Crianças, Caboclos, Oguns, Oxóssis, Oxuns e todos os demais guias dos Orixás e linhas de trabalho. É preciso dissociar a Umbanda dos cultos primitivos africanos com vodu, matança de animais, magias negras e trabalhos negativos. A Umbanda é uma religião natural e humana, popular e simples. É uma religião nova, crescente, que precisa consolidar a sua atuação na doutrinação e no estudo através do seu corpo mediúnico. A partir daí, ainda mais conscientes e bem preparados, atuaremos na Umbanda Sagrada fortalecida e renovada que virá mostrar o seu valor e derramar a sua Luz sem a sombra das discriminações.

Analisando nossas diferenças e caminhadas individuais, agradeço a Deus pela oportunidade de fazer o caminho inverso e chegar à Umbanda com estudo, conhecimento e entendimento necessários para compreender, usufruir e partilhar com maturidade esta religião e ajudar os meus irmãos de Fé em suas jornadas pessoais.

Obrigada, meu Deus!  Muito Obrigada!

SENZALA DE UMBANDA


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